10 de mai. de 2009

Leve e longe

Não é verdade e não é mentira.
Nem entendo onde pode ser ou é.
Fica às voltas, zunindo no ouvido.
Se para, pousa. Toca-me o ser.

Toca de leve ou muda o peso.
Percorre o corpo, afunda no peito.
Dilui-se em tremores e calafrios
Ao sair pelos olhos, brilha meu ver.

De novo não tem e está por aqui.
Circula de perto, alfineta na pele.
Tento tocar, guardar para depois,
Foge num salto, não chega a doer.

E fica de longe, não me deixa aqui.
Leva o que sou para o esboço de mim.
Reprisa a imagem, revive o que foi,
Apaga a distância, contorna você.

Volta e vai, em largos de tempo.
Brinca com o tempo, se nem parece ir.
Eu ouço e eu toco e eu vejo em dois.
Ou mais. Um seja eu, os outros você.

Um comentário:

Paula Miguel disse...

O que eu acho bonito nos poemas é o poder que eles têm de significar coisas diferentes pras pessoas diferentes. Achei meio triste esse, mas bonito mesmo assim. Fiquei pensando em algumas partes.

Saudades, viu bocó? Vamos pra Argentina! :)

Um beijo!