10 de mai. de 2009

Leve e longe

Não é verdade e não é mentira.
Nem entendo onde pode ser ou é.
Fica às voltas, zunindo no ouvido.
Se para, pousa. Toca-me o ser.

Toca de leve ou muda o peso.
Percorre o corpo, afunda no peito.
Dilui-se em tremores e calafrios
Ao sair pelos olhos, brilha meu ver.

De novo não tem e está por aqui.
Circula de perto, alfineta na pele.
Tento tocar, guardar para depois,
Foge num salto, não chega a doer.

E fica de longe, não me deixa aqui.
Leva o que sou para o esboço de mim.
Reprisa a imagem, revive o que foi,
Apaga a distância, contorna você.

Volta e vai, em largos de tempo.
Brinca com o tempo, se nem parece ir.
Eu ouço e eu toco e eu vejo em dois.
Ou mais. Um seja eu, os outros você.

6 de mai. de 2009

Poesia do verão a dois

O vento úmido
Dando voltas do chão até em cima.
Folhas, poeira, gotas fugidias.

Tempestade se anuncia.

Correria.
Escadarias.
Redemoinhos.

Vulto veria vaga ventania.

pausa

Tento te encontrar,
Encontro sem tentar.

Ah,
um beijo
e alegria.

E segue o dia.
E muda o dia.
(bom dia)

Não chove.
E, se chovesse,
Nem choveria.